“Os recursos arrecadados com parcerias e patrocínios são de extrema importância para manter o projeto uma vez que todos os dias são recebidos novos animais para cuidados diversos. Alguns necessitam de exames de alto custo, medicamentos e o processo de reabilitação, na maioria das vezes, é de longa duração. Para dar continuidade a esse trabalho a ajuda da população será muito bem-vinda”, explicou o médico-veterinário e responsável técnico pelo Cebus, Lélio Costa e Silva.
A ave debilitada que aparece na foto de divulgação da campanha é uma Jandaia-Maracanã (Aratinga leucophtalmus), que nasceu na área urbana de Ipatinga. Ela pode pode ter sido chocada em um ninho construído em local inadequado, como forro de casa ou fresta de chaminé de churrasqueira, supõe a veterinária do Cebus, Cláudia Diniz.
Ela explicou que, geralmente, os filhotes que nascem em área urbana, em forros ou frestas de chaminés, possuem uma deformação nas patas por causa da conformação do ninho e do espaço onde ficam, com fundo muito liso, o que impossibilita do animal se firmar corretamente ao ficar de pé.
É por isso que a pequena Jandaia-Maracanã aparece na foto publictária usando uma botinha verde, para corrigir a má formação das patinhas.
Outro problema apontado pela veterinária é a alimentação inadequada que esses pequenos animais recebem. "Quando nascem na área urbana, esses animais são alimentados pela população de forma errada. Eles recebem alpiste, painço, canjiquinha, arroz, semente de girassol, e aí, deixam de comer a sua comida natural, as frutas, que têm os nutrientes que eles necessitam", explicou Cláudia Diniz.
Além dos bichinhos que nascem na área urbana e sofrem com os maus-tratos, o Cebus também recebe diversos animais que são apreendidos ou recolhidos pela Polícia de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e pelo IEF, para avaliação e cuidados com a saúde.
O acolhimento desses animais faz parte do Programa de Reabilitação da Fauna sem Lar. Em 2017, a USIPA firmou Termo de Cooperação com o IEF, que respalda as atividades do programa, regulamentando suas ações e permitindo a busca por parceiros e patrocinadores, como a Associação Regional de Proteção Ambiental do Vale do Aço (ARPAVA). O programa já atendeu a 1.400 animais desde sua implantação.
Fonte: Estado de Minas
Link para notícia original: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2021/03/03/interna_gerais,1242794/jandaia-maracana-e-simbolo-de-campanha-que-combate-maus-tratos-a-animais.shtml